Centro Equestre Vale do Lima

Filipe Pimenta - «AINDA TEMOS MARGEM DE PROGRESSÃO DO PSL COMO MARCA REPRESENTATIVA»

 

Confira o depoimento de Filipe Pimenta, Administrador Grupo J. Pimenta e Director Executivo da Feira do Cavalo de Ponte de Lima, no âmbito do desafio lançado por Bruno Caseirão com o tema "Cavalo Lusitano: o que preservar, modificar e inovar?".

«O Cavalo Lusitano, produto do sector primário, tem genética milenar. Um cavalo fino e ligeiro, que ao longo de séculos foi meio de transporte, foi guerreiro, foi “actor” principal de galas reais e parceiro de conquistas.

Tivemos a sorte de alguns criadores, há umas décadas atrás, terem conservado e melhorado essas características. Criadores com sensibilidade e paixão que, com mais ou menos adversidades, preservaram uma raça única. Tivemos a sorte de ter esses criadores, hoje sabemos isso!

O registo da marca Puro Sangue Lusitano foi o primeiro grande passo para a representatividade de hoje.

É uma marca portuguesa, criada em vários países, mas registada em Portugal. Tem importância económica transversal, da criação à competição e lazer. É promotor de Portugal e de tudo o que temos de bom, ou seja, uma marca que exportamos e que nos eleva em prestígio e visibilidade internacional.

Durante muito tempo, a selecção da raça orientou-se para o toureio e ajudou a fixar características que hoje a definem. E ainda bem que assim foi. Um cavalo “toureiro” fixa o olhar dos aficionados de uma praça e, com a mesma raça, levanta ovações numa grande competição internacional de dressage ou equitação de trabalho.

O Lusitano é mesmo assim, intenso nos movimentos e com elevado poder de concentração. Muito confortável nos três andamentos e de temperamento previsível, de formas arredondadas e altivo, inigualável e com identidade reforçada. Uma raça polivalente que desperta paixões pelo mundo.

Já vivemos momentos de extrema importância para a raça!

O fantástico Novilheiro, que se destacou na disciplina de saltos de obstáculos no circuito internacional, sem dúvida um enorme feito para a raça. Tivemos Lusitanos campeões do mundo na atrelagem e na equitação de trabalho. Tivemos o Rubi a atingir patamares que achávamos difícil. Daí para cá temos batido recordes de pontuação e subindo no ranking internacional! Ainda há muito poucos anos os menos atentos e positivos achavam tudo isto impossível.

Para chegarmos ao que o cavalo Lusitano representa e é hoje, muitos criadores tiveram que investir e inovar. A formação de novos e mais cavaleiros foi relevante neste percurso de crescimento, bem como proprietários/investidores em binómios com potencial olímpico.

A organização de competições regionais, nacionais e internacionais, tal como os grandes eventos desportivos, proporcionaram a possibilidade de evolução da criação e dos cavaleiros. Sermos avaliados é a única forma de sabermos se estamos a fazer bem.

Ainda temos muita margem de progressão do cavalo Lusitano como marca representativa de Portugal. Acho muito importante a promoção de um movimento no sentido de criar uma Associação de Municípios com atividade equestre, em parceria com a APSL e a FEP. De Norte a Sul, são várias as dezenas de municípios. Ganharíamos poder de reivindicação junto das instâncias governamentais.»